sábado, 24 de março de 2007

Ritos de Primavera

Suei sozinho no calor da alcova
Hesitei ferido frente ao lapso da memória
E o meu álibi é minha sina
Em meio às flores que me deslocam
Traído pelo ardor da ferida
Encontrei nas dores os meus dogmas

E apenas o luar se importa comigo
Na primavera que se arrasta sem ritos

Expirei sem força no fundo do pântano
A espera foi longa em meio aos sândalos
E meu corpo é feito de espinhos
Conduzindo uma dança cheia de cortes
O gosto do amor será esquecido
Sangrando na lança no leito de morte

E apenas o luar se importa comigo
Na primavera que se arrasta sem ritos

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