terça-feira, 5 de junho de 2007

Em Solo Estrangeiro

O ar lhe causa náuseas
Sufocado pelo próprio odor
Desconhecendo as causas
Não questiona a própria dor
Algo emerge e o afeta
A neblina vem ao seu encontro
O olhar se perde, a expressão se altera
Já esquecida a razão do esforço

Toda noite ela repousa em meus sonhos

Escorre o sangue do meu corpo sobre as pedras
A maré leva o que restou nas veias
Quebrando a transe, arruinando a espera
O seu rosto se desfaz feito areia

Um corpo tênue atravessa ruas sem cor
Uma flâmula manchada ele assiste ascender
A noite quente é só mais desconforto
Um tremula raiva ele sente crescer
Em seus sonhos sempre a mesma praia
O som do mar o faz esquecer
Perdem se os contornos, a lembrança é vaga
Ao despertar sente o coração aquecer

Toda noite ela repousa em meus sonhos