sábado, 7 de abril de 2007

O Vale

Eu sigo embriagado na fantasia
As ruas encurtam e o vento me guia
Como um cego, atravesso o vale
Ignoro os rostos que desejo tocar
Passos incertos revelam detalhes
Provo o gosto e sinto meu corpo falhar

Eu a coloquei em meu sangue e esperei sentir o seu bem
Seus toques agora distantes, eu ainda me sinto refém

Encontro o meu conforto na brisa do sonhar
Nenhum de nossos encontros precisa do luar
Sozinho, encaro o brilho dourado
O deserto se estende e eu continuo a vagar
Perdido entre escombros do passado
Nego o presente recusando a acordar

Quando eu caminhar com a cabeça erguida
Sem esconder o olhar e minhas feridas
Enquanto a névoa envolve o meu futuro
Fujo pela noite e não acredito em saídas
Enquanto eu me rendo á delírios diurnos
Deleito-me em desejos e anestesio a vida

Ela aquece a madrugada
Espero a chuva que vai chegar
Vivo as horas que estão guardadas
Vivo a gloria daquele olhar

Ela viaja através de mim

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