Lábios secos, lábios feridos. Minha boca é uma chaga aberta, uma rosa pálida e esquecida. Meu peito pesado, meu ego corrompido. Meu corpo entregue a espasmos enquanto o vento sussurra, zombando do meu delírio. Lembranças, lembranças, tortura... oh, o gosto era doce. Nem mesmo o fedor do meu hálito, o quarto tomado por meu suor, nada é capaz de afastar o perfume. Minha fúria demolida, o que sobrou? Refém de carícias, refém de mazelas, eu ainda estou preso ao deleite do seu sabor. Me arrasto pelas trevas, busco por migalhas, imploro por perdão.
Um sentimento estreito,
Os meus lábios contra o chão
Exilado em meu leito
Derramo lágrimas no colchão
Ensaio um pedido de desculpas
Mas minha verdade soa débil
É, eu sei... eu sei....
Observo a luz do horizonte, escuto a cidade se lamentar em dor. Eu não sou ninguém, eu sou o todo, eu sou o corpo que se contorce em transe. O quebrar de mil sonhos, um grito de socorro. O pranto estrangulado, o Sol incapaz de esperar o fim da noite. Minha boca está seca como as flores mortas sobre a televisão.
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Um comentário:
"Postado por Ricardo Casarin às 05:22"
Zumbi!
=)
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