quarta-feira, 9 de junho de 2010

O Altar

Lágrima a lágrima
Até que os olhos estejam adormecidos
Sonhe como se a noite nunca fosse acabar
É tênue o véu que abafa os seus gemidos
Recolha suas mentiras e monte seu altar

Sob névoa a noite se estende
A trilha o leva ao mesmo lugar
Tempestuosa fúria, adore-a, alimente-a
Caia de joelhos e apronte-se pra sangrar

Sem espera
Sem surpresas
A meio caminho de lugar nenhum
Viver mil vidas não faria diferença
Olhe em meus olhos
E veja segredo algum

Faça bom uso da incerteza
Lágrima a lagrima
Até os lábios estiverem selados
Corpo contra corpo, a falácia é desferida
Parva alegria sob um luar desfigurado

Madrugada, as ruas estão vazias
Madrugada, eu não sei o que procurar
Madrugada, a noite é tão fria
A pétala se dissolve sob a língua
Sem diminuir o gosto amargo

Lágrima a lágrima
Até que os olhos estejam adormecidos
Sonhe como se a noite nunca fosse acabar
É tênue o véu que abafa os seus gemidos
Recolha suas mentiras e monte seu altar

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