quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Performance

Carlo era o pior suicida do mundo. Oito tentativas em seis anos, todas fracassadas. Suas motivações eram as mais variadas, de desilusões amorosas ao simples tédio de existir. Era um sujeito pequeno e taciturno, trabalhava como bibliotecário e dedicava suas noites ao seu projeto de morrer. Sua última experiência, envolvendo um maçarico, uma corda e uma pesada peça de chumbo, resultou em concussões, feridas, mais dor e nenhum alívio. O seus sucessivos fracassos e seus elaborados sistemas de suicídio chamaram a atenção da comunidade artística internacional. Agora as suas máquinas de autodestruição estão expostas em museus como obras de rara criatividade e hoje Carlo é um feliz artista performático. Carlo, o suicida, nos mostra o absurdo de viver, dizem os críticos.

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