domingo, 13 de maio de 2007

Noite Após Noite

Na escuridão dos dias, quando nada tem sentindo
Quando a loucura ímpia me aquece com seus espinhos
Eu me sinto deslocado com meus pecados impunes
A imagino ao meu lado e sinto falta do seu perfume
Na perfeição do seu sorriso, na doçura de seus lábios
Eu desperto por um motivo e desfaleço anestesiado
Eu me corto toda noite só pra me ver sangrar
Eu me corto toda noite e ninguém parece se importar

Na dor do silencio eu posso ver
Destilando o veneno, esmorecendo com prazer
Refém dos caprichos e das lagrimas intimas
Adormeço sobre os lírios e desperto sem vida

Desistindo dos meus sonhos eu aceito este pacto cruel
Açoitando o meu corpo, vendo por tão pouco o meu céu
Suicídios sucessivos, a cada noite ela é mais bela
Se aproximando em um vacilo, eu mutilo suas pétalas
Noite após noite eu a encontro no silêncio escuro
Ridicularizando meu esforço com seu sibilo tão confuso
Outonos se desperdiçam em elegias tão banais
Palavras não te diriam como meu ímpeto se desfaz

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