segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Ninguém lê poesia no século XXI

Ignoro a hora do rush
Caminho 6 quarteirões
Isolado em silêncio simulado
O vento açoita a pele
Espalhando pela mente
Versos inúteis
Para sempre (felizmente) perdidos
No portão da fábrica
Operários sorriem das capas xerocadas
Uma trepada pirateada
Uma xota e seus royalties não recebidos

Sonho com três escravos mortos
Não entendo o que tentam me dizer
Sussurram algo incerto
Algo que pus a perder
Nada disso faz diferença
As pessoas não vão ouvir
O engenho não vai parar
A manhã chega e
Os mesmos degraus esperam
Ninguém lê poesia no século XXI
Ao menos não uma tão ruim.

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