Não preciso de alguém
Para mensurar meus erros
Não tome por desdém
Meus minutos de silêncio
Estou em estupor
Avaliando os efeitos
Da música e dor
Que ressoam em meu peito
Por todo o inverno
Você exige uma fala
E diante do eterno
O tolo se cala
Não plante a dúvida
Não me aconselhe a temer
As pálpebras úmidas
De amar e perder
Brincos esquecidos
Adornam o criado
Vícios não vencidos
O ciúme e o cigarro
Estudo seu olhar
Te deixo despida
Te ouço cantar
Encontro a vida
A sua súplica
Vêm como tiro certeiro
Castiga, oh Musa
Seu poeta imperfeito
É preciso o absurdo
É preciso mais tempo
Cada vez mais fundo
Num túmulo de versos desfeitos